Já pedindo desculpas pelo meu atraso de duas semanas, aqui vai mais um assunto que acho que é de interesse de muitos.
Faz algumas semanas, estava eu tranquilamente sentada num banco no colégio onde minha filha estuda, esperando por ela, na saída, quando, de repente, senta-se também um grupo de outras três mães, muito refinadas na forma de falar e aparentemente continuam uma conversa que já estava em andamento, sobre uma pequena apresentação de seus filhos, com fantasias típicas, para homenagear a Semana do Folclore.
Qual não foi o meu espanto quando escuto o seguinte diálogo entre duas delas: "... é, vou ver como farei com essa fantasia, que é do Amazonas. Aliás, Amazonas é no Nordeste, né?" E a outra responde, no mesmo elevadíssimo nível de conhecimentos: "Não, o Amazonas acho que é no Norte. Sei lá, nunca sei se é Norte ou Nordeste!" E a conversa continuou a partir dali, mas eu já nem conseguia mais prestar atenção, tamanha a minha perplexidade. Aliás, fiquei até com um pouco de receio de que a quantidade de informações a partir dali fosse tão grande que eu não pudesse assimilar.
"Meu Deus!" pensei, "Não é possível que eu esteja ouvindo isto!" E falamos de mães de um colégio como o Objetivo de Alphaville, onde a grandíssima maioria vem da classe alta, que imaginamos que tenham frequentado ótimas escolas nas suas épocas. Se formos pensar bem, não é necessário frequentar uma excelente escola para saber coisas banais sobre o nosso pais. O desinteresse é absurdo.
Existem coisas que são ensinadas em qualquer escola, por pior que seja o professor ou o método de ensino e se, ainda por cima o local é bom, maiores os motivos para estas pessoas saberem, por exemplo, onde fica o Amazonas.
No meu ponto de vista, acho que neste caso cabe mais falarmos de uma completa falta de interesse em aprender, principalmente aquilo que se refere ao Brasil. Já existe uma pré-disposição do brasileiro para não dar valor ao que é nosso. Ele é acostumado assim desde bem pequeno. É cultural e muito sério. Acho, até, que, na verdade, o título desta postagem nem deveria se referir à ignorância, mas sim à burrice mesmo, pois o ignorante é aquele que não sabe porque não teve meios para chegar a informação correta e o burro é aquele que tem os meios, mas "não tá nem aí".
O caso destas mães é só um exemplo de tantos absurdos que vemos e ouvimos por aí todos os dias. Os piores absurdos que são ditos não por aqueles que não podem ou puderam ir à escola ou, se foram, não conseguiram aprender.
Os piores absurdos são ditos por aqueles que têm os meios nas mãos, mas preferem não saber. Que mesmo que não tenham ido à uma boa escola, podem ir atrás da informação para aprender cada vez mais, mas preferem continuar no conforto da sua burrice. Uma pena!
Uma ótima semana a todos!
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