quinta-feira, 5 de julho de 2012

O respeito que vem do berço

Cada vez mais vemos movimentos e ouvimos pessoas falando de sustentabilidade, respeito à Natureza, aos animais, etc, etc, etc., mas são poucos os que têm a verdadeira noção do que tudo isto significa, sem utilizar estes conceitos como meras palavras bonitas, que “estão na moda”.

O homem, como ser inserido numa sociedade e com a qual se relaciona, parece que tem a obrigação de concordar com determinados movimentos ou formas de pensar, que se renovam de épocas em épocas, para se sentir parte integrante dessa sociedade.  Sem ao menos saber com profundidade do que fala, ele simplesmente concorda e acredita que atua como pensa que a maioria das pessoas espera que ele faça. Lembro-me, há pouco tempo, dentro do mundo corporativo, da utilização desenfreada do termo “candidato pró-ativo” ou “funcionário pró-ativo”. Podíamos perguntar a qualquer um: “o que é ser pró-ativo?” A resposta: o silêncio ou uma série de explicações que, na verdade, não explicavam absolutamente nada. Felizmente, esse “jargão” deixou de ser tão utilizado como antes. A mesma coisa acontece nas escolas, quando se procura a melhor pedagogia para ensinar nossos filhos. A grande maioria das escolas se diz possuidora de uma “pedagogia construtivista” e o que vemos se repete: ao serem perguntados sobre o que é ser uma escola construtivista, a única coisa que temos, em contrapartida à pergunta é um olhar perplexo e desapontado por não saber dar uma resposta que convença e que faça os pais se sentirem acolhidos, por mais simples que ela seja.

Quando falamos de meio-ambiente, de preservação, de respeito à fauna e flora, a conversa é mais profunda ainda, mais comprometedora, pois é de todo este contexto que depende o futuro do planeta e, consequentemente, de qualquer forma de vida nele existente, incluindo nós mesmos, é claro. Digo comprometedora, pois deve existir o compromisso com a mudança, o compromisso de alcançarmos a excelência em convivência pacífica e de respeito com tudo e todos que nos rodeiam. E isso não é fácil. Para que cada um de nós possa se dizer defensor,  de fato, de idéias que lutam pela preservação do meio ambiente, é necessário que estas idéias façam parte de nossos valores, que elas tenham nascido e crescido em nós desde pequenos. Aqueles ensinamentos que nossos pais nos dão, quando somos crianças, de, por exemplo, não pisar numa formiguinha que esteja passando perto de nós, de respeitar todo e qualquer animalzinho, de tratar com o mesmo respeito e cuidado cada plantinha que cresce em nossa casa, de não arrancar suas flores, mesmo que para enfeitar, de economizar água quando escovamos os dentes, fechando a torneira durante a escovação, de não tomar banhos demorados, etc., e com relação aos semelhantes, de ter o costume de dar bom dia, de dizer obrigada, de tratar a todos com a devida educação e respeito. De nada adianta aprender tudo isso de repente, só porque é bonito e está na moda. Se nenhum desses valores não fizer parte do nosso dia-a-dia desde sempre, se não estiverem enraizados dentro de nós mesmos como parte de nossas vidas, qualquer atitude no futuro não será suficientemente verdadeira e cada um terá que esforçar para não esquecer. O segredo é que cada atitude flua naturalmente, como se não houvesse como ser de outra forma.

Cada indivíduo precisa ter essas experiências em sua vida desde bebê, pois é desde esse momento que ele já absorve os ensinamentos que o mundo lhe traz. Já desde bebê, ele aprende o verdadeiro valor que cada ser vivo tem e, aos poucos, esse aprendizado vai se alastrando por todas as esferas possíveis de forma verdadeira, de forma natural. Os valores que são aprendidos e apreendidos depois de passado o tempo, podem ajudar, mas não atuam de forma impactante no indivíduo, já que ele não teve exemplos nem referências nas quais se basear. É como se fosse um valor vazio.

A esperança é que, ao contrário do que tem feito a grande maioria dos gestores até hoje, os pais do futuro presenteiem seus filhos com exemplos verdadeiros e sinceros de amor ao próximo e à Natureza. Exemplos bonitos e tão simples que, com certeza e sem eles perceberem, preencherão suas vidas de valores bem estruturados e firmes, de alegria, de respeito e de uma boa convivência.

 Sim, porque até hoje, depois de tantas centenas de anos, pouquíssimo foi feito nesse sentido. Cabe a nós tomarmos em nosso pulso a responsabilidade de formarmos gerações mais conscientes e mais verdadeiramente ativas, pois, acreditem, somente elas poderão fazer a diferença.
Uma ótima semana a todos!





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