Tenho lido uma série de artigos, reportagens, até por um interesse e objetivo pessoal, sobre o Empreendedorismo Social. Há, inclusive, um filme já em cartaz na Reserva Cultural, à Av. Paulista, 900, São Paulo, chamado "Quem se importa?" e que, sendo considerado um movimento, não um simples filme, incentiva as pessoas a serem transformadoras. É um documentário que reúne os depoimentos de vários empreendedores sociais pelo mundo, mostrando suas "obras", cada um dentro de seus próprios meios de atuação.
Assim, penso eu já há algum tempo, que precisamos acreditar que se fazem necessárias muitas mudanças realmente importantes neste nosso mundo, para que possamos seguir em frente. Da mesma forma que tantas outras pessoas, creio que estamos seguindo por uma estrada em declive e que nos leva à beira de um abismo sem fim, do qual não há mais volta. Precisamos mudar ou, pelo menos, começar esse movimento. Um movimento de mudanças importantíssimas de valores, de formas de viver, de ver o mundo, nas formas de nos relacionarmos com os outros e com tudo ao nosso redor. Precisam ser mudanças nas quais acreditemos que vão nos levar a um mundo muito melhor do que aquele no qual vivemos hoje.
O ser humano está completamente perdido em sua essência mais autêntica e simples. Durante muitos e muitos anos, ele viveu numa corrida desenfreada na busca de poder e, assim, acreditar que estava firmando seu lugar onde quer que fosse. Para isso, ele se rodeou dos métodos mais sofisticados, por vezes com altíssima tecnologia, ou dos métodos mais cruéis ou mais humilhantes ou mais segregadores e marginalizantes, quaisquer que sejam, com o único intuito de competir e vencer, mas a qualquer preço e em qualquer esfera. Desde o começo das guerras entre povos, onde o objetivo principal era a posse de terras, pois isto era o que lhe conferia poder e respeito perante os demais, começamos a ver como o movimento destas pessoas começava a seguir um caminho alternativo do que simplesmente lutar pela posse de um pedaço de terra. O homem aprendeu a subjugar, a coagir, a amedrontar. Aprendeu a ser frio, cruel e injusto. Ele aprendeu a deixar a preciosidade das relações na mesma altura do chão que pisamos. No final de tudo isto, ano após ano, minuto após minuto, o homem se esqueceu do porquê dele realmente estar aqui, se esqueceu de quem ele realmente é, se esqueceu de sua real essência, ou seja, se esqueceu de "ser-humano". Só isso. Tão simples, não?
O trabalho dos empreendedores sociais, e acredito que eles são importantíssimos agentes de mudanças é, através de suas próprias atuações em seus campos de trabalho, levar ajuda àqueles que realmente precisam e não têm recursos, semeando, assim, uma nova cultura da construção de um mundo novo, que é passada de uns aos outros. Estas pessoas utilizam suas formações acadêmicas para levar algo novo e ajuda a lugares e pessoas que precisam e que já não recebem a ajuda de mais ninguém. Ao levar este apoio, ao mesmo tempo que se realizam trabalhos importantíssimos para estas populações carentes, ajudam-nas na inclusão social e a mostrar a todos que é possível sim, fazermos alguma coisa para que a vida em nosso planeta mude seu rumo.
Não são simples sonhadores com idéias impossíveis de realizar. São pessoas comuns, mas que possuem um grandioso diferencial: eles têm esperança. A esperança de realizar algo maior, de também levar esperança a tantas pessoas. A esperança e o acreditar sempre que temos um caminho longo a percorrer sim, mas que o final dele será surpreendente. A esperança de conseguir construir dias muito melhores, a esperança de resgatar tudo o que o homem já deixou para trás, a esperança de se reencontrar.
Nosso planeta grita por estas mudanças, mas cegos por tanta ganância e tanto que já se perdeu, a maioria dos seres humanos não consegue enxergar. E não consegue enxergar que o mundo vai mudar sim. Talvez ainda leve mais tempo do que gostariamos, mas vai mudar, ou melhor, vai voltar a ser o que já foi um dia. Com tecnologia avançada e tudo o mais, com o desenvolvimento a largos passos sim, mas sem perder o que levamos no fundo do coração. E, com o passar do tempo, perceberemos que, infelizmente, não haverá lugar para quem não consegue "ver".
As mudanças já começaram. Por estes empreendedores e por tantas outras pessoas que fazem a sua parte da melhor forma.
Cabe a cada um de nós abrirmos nossos corações e nossas mentes para o que está por vir e tentarmos fazer o melhor possível a cada dia.
Lembremo-nos sempre do incrível exemplo que as formigas nos deixam: uma sozinha não conseguirá fazer muita coisa, mas vejam que trabalho incrível é feito por um formigueiro inteiro!
Muita paz a todos!
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quarta-feira, 30 de maio de 2012
quarta-feira, 16 de maio de 2012
A mídia a serviço da marginalização
Foi com grande pesar que li, há alguns dias, uma reportagem publicada na revista "Bloomberg Markets", edição de maio de 2012, sobre a realidade por detrás da construção de usinas hidroelétricas na Amazônia. E é realmente uma pena constatar que, no final das contas, precisamos mesmo recorrer à mídia internacional para sabermos o que realmente acontece no nosso próprio país, em toda a sua vastidão.
A mídia nacional omite, mente, forja dados, para que nós brasileiros não tenhamos contato com o que acontece por aqui. É uma mídia extremamente seletiva, que nos deixa de fora da informação e que crê que tem o direito de nos fazer acreditar no que não existe. Ela nos mostra um Brasil que vai melhorando a passos de gigante, como realmente é, que vai crescendo em sua economia, política internacional, etc, mas não nos mostra o custo de tudo isso. Não mostra o que de fato tem urgência de mudança e nos apresenta um Brasil inflado, que vai se levantando diante do mundo, mas que não tem alicerces fortes e definitivos. Ou seja, num certo aspecto, nos mostra um Brasil de mentira.
Nessa mesma vertente, esta mídia é cruel, pois incita as pessoas a terem atitudes e a mostrarem que acreditam em certos comportamentos que, no bem viver de hoje, são aceitos por levarem o Brasil cada vez mais a se tornar um país educado e em fase de pleno desenvolvimento. Como exemplos disto, temos a lei criada para a retirada definitiva das sacolas plásticas dos supermercados e o aumento gradativo de ciclistas nas ruas. São mudanças de comportamento favoráveis? Sim, claro que são, mas se a população já estivesse inserida numa cultura que perpetuasse essas mudanças, que as compreendesse e executasse com plena segurança. No Brasil nunca houve a preocupação com o meio ambiente, com a sustentabilidade. Que apoio, que instrução, que suporte foi dado à população para que pudesse substituir as sacolas de forma eficaz? Que educação, que apoio foi dado à população para, de repente, incitarem os ciclistas a se "jogarem" às ruas com suas bicicletas, disputando espaços com pedestres, carros, ônibus, caminhões e outras bicicletas? Que estrutura viária as cidades têm para isso? Resposta: adivinhem? NENHUM! NENHUMA! Os ciclistas foram litaralmente jogados na jaula do leão, por assim dizer. Foram jogados num perigo como dinamite para explodir a qualquer momento. Eles próprios não tem essa cultura do transporte em bicicleta. Os outros motoristas não respeitam a si próprios, quanto mais a um ciclista. E assim vemos notícias de mortes praticamente todos os dias. Mas, é bonito. É bonito dizer que vivemos num país que se preocupa com o meio ambiente, que procura soluções alternativas. É bonito dizer que o paulistano, por exemplo, como o americano, vai de bicicleta ao trabalho. Ora, por favor!!
Então, a mídia incita e incentiva tudo isto porque convém. Convém acreditarmos no que não existe, na mentira. E desta forma continuamos a perpetuar os modelos de sempre como nossos gestores, como aqueles que elegemos para nos governar, pois são eles que estão ajudando o Brasil a seguir como está. Assim, é uma mídia que marginaliza, pois nos deixa às margens da realidade, nos deixa cegos.
Voltando ao começo da postagem, precisei ler uma reportagem veiculada na mídia internacional para ver o que realmente está acontecendo com relação à construção das usinas hidroelétricas. Mostra-se tudo isto como necessário, para que o Brasil possa produzir a energia necessária para acompanhar seu desenvolvimento. Isto é certo, mas poderia ser feito de outra forma, não tão agressiva à natureza e as pessoas que dela dependem. Na reportagem da revista referem-se à construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, com finalização prevista para 2019. Tudo muito necessário, uma obra digna de admiração pela importância e pelo seu tamanho, mas aqui ninguém fala às claras sobre os acordos políticos e ajudas a campanhas que estão por detrás desta obra. Ninguém fala sobre o preço altíssimo que o Brasil terá que pagar. O preço de desocupar centenas de pessoas dos lugares que construiram desde que nasceram e de ver suas vidas acabarem por ali. O preço de acabar com grande parte da fauna e flora da região. O preço de acabar com a vida do rio e arredores. O preço de ver como tudo isso vai refletir na própria floresta amazônica e no mundo. O preço de mergulhar o Brasil numa dívida sem fim.
Aqui ninguém toca no assunto, mas, com certeza, lá fora, muitos sabem muito mais e melhor como toda esta triste história vai acabar.
Um abraço a todos.
www.cedop.net
A mídia nacional omite, mente, forja dados, para que nós brasileiros não tenhamos contato com o que acontece por aqui. É uma mídia extremamente seletiva, que nos deixa de fora da informação e que crê que tem o direito de nos fazer acreditar no que não existe. Ela nos mostra um Brasil que vai melhorando a passos de gigante, como realmente é, que vai crescendo em sua economia, política internacional, etc, mas não nos mostra o custo de tudo isso. Não mostra o que de fato tem urgência de mudança e nos apresenta um Brasil inflado, que vai se levantando diante do mundo, mas que não tem alicerces fortes e definitivos. Ou seja, num certo aspecto, nos mostra um Brasil de mentira.
Nessa mesma vertente, esta mídia é cruel, pois incita as pessoas a terem atitudes e a mostrarem que acreditam em certos comportamentos que, no bem viver de hoje, são aceitos por levarem o Brasil cada vez mais a se tornar um país educado e em fase de pleno desenvolvimento. Como exemplos disto, temos a lei criada para a retirada definitiva das sacolas plásticas dos supermercados e o aumento gradativo de ciclistas nas ruas. São mudanças de comportamento favoráveis? Sim, claro que são, mas se a população já estivesse inserida numa cultura que perpetuasse essas mudanças, que as compreendesse e executasse com plena segurança. No Brasil nunca houve a preocupação com o meio ambiente, com a sustentabilidade. Que apoio, que instrução, que suporte foi dado à população para que pudesse substituir as sacolas de forma eficaz? Que educação, que apoio foi dado à população para, de repente, incitarem os ciclistas a se "jogarem" às ruas com suas bicicletas, disputando espaços com pedestres, carros, ônibus, caminhões e outras bicicletas? Que estrutura viária as cidades têm para isso? Resposta: adivinhem? NENHUM! NENHUMA! Os ciclistas foram litaralmente jogados na jaula do leão, por assim dizer. Foram jogados num perigo como dinamite para explodir a qualquer momento. Eles próprios não tem essa cultura do transporte em bicicleta. Os outros motoristas não respeitam a si próprios, quanto mais a um ciclista. E assim vemos notícias de mortes praticamente todos os dias. Mas, é bonito. É bonito dizer que vivemos num país que se preocupa com o meio ambiente, que procura soluções alternativas. É bonito dizer que o paulistano, por exemplo, como o americano, vai de bicicleta ao trabalho. Ora, por favor!!
Então, a mídia incita e incentiva tudo isto porque convém. Convém acreditarmos no que não existe, na mentira. E desta forma continuamos a perpetuar os modelos de sempre como nossos gestores, como aqueles que elegemos para nos governar, pois são eles que estão ajudando o Brasil a seguir como está. Assim, é uma mídia que marginaliza, pois nos deixa às margens da realidade, nos deixa cegos.
Voltando ao começo da postagem, precisei ler uma reportagem veiculada na mídia internacional para ver o que realmente está acontecendo com relação à construção das usinas hidroelétricas. Mostra-se tudo isto como necessário, para que o Brasil possa produzir a energia necessária para acompanhar seu desenvolvimento. Isto é certo, mas poderia ser feito de outra forma, não tão agressiva à natureza e as pessoas que dela dependem. Na reportagem da revista referem-se à construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, com finalização prevista para 2019. Tudo muito necessário, uma obra digna de admiração pela importância e pelo seu tamanho, mas aqui ninguém fala às claras sobre os acordos políticos e ajudas a campanhas que estão por detrás desta obra. Ninguém fala sobre o preço altíssimo que o Brasil terá que pagar. O preço de desocupar centenas de pessoas dos lugares que construiram desde que nasceram e de ver suas vidas acabarem por ali. O preço de acabar com grande parte da fauna e flora da região. O preço de acabar com a vida do rio e arredores. O preço de ver como tudo isso vai refletir na própria floresta amazônica e no mundo. O preço de mergulhar o Brasil numa dívida sem fim.
Aqui ninguém toca no assunto, mas, com certeza, lá fora, muitos sabem muito mais e melhor como toda esta triste história vai acabar.
Um abraço a todos.
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